Num tempo distante, nas terras da Galileia,
Jesus contava histórias, com profunda ideia.
Falava em parábolas, com sabedoria e amor,
E assim revelou um conto, do Senhor criador.
"Houve um certo homem, um pai de família,
Que plantou uma vinha, com grande maestria.
Cercou-a com um valado, para proteção,
Construiu um lagar, com muita dedicação.
Ergueu uma torre, para a vinha vigiar,
E arrendou-a a lavradores, para trabalhar.
Depois, foi-se embora, para terras distantes,
Confiando na colheita, aos homens errantes.
Quando chegou o tempo, dos frutos colher,
Enviou seus servos, para os frutos receber.
Mas os lavradores, com coração de pedra,
Feriram um dos servos, e outro mataram sem espera.
Apedrejaram o terceiro, sem compaixão,
E o senhor da vinha, em grande aflição,
Enviou mais servos, em maior quantidade,
Mas os lavradores agiram com crueldade.
Novamente os feriram, e muitos mataram,
Com ódio e desdém, os servos desprezaram.
Por último, o senhor, numa decisão temida,
Enviou seu próprio filho, esperança da vida.
'Terão respeito a meu filho,' pensou ele então,
Mas os lavradores, cheios de ambição,
Vendo o herdeiro, disseram entre si:
'Eis o herdeiro, vamos matá-lo aqui.
Tomemos sua herança, façamos o que quisermos,'
E assim, com crueldade, os planos perversos.
Apoderaram-se do filho, e fora o mataram,
O sangue do inocente, em suas mãos deixaram.
Quando o senhor da vinha, então retornar,
O que fará aos lavradores, que ousaram matar?'
Responderam-lhe os ouvintes, com voz indignada:
'Dará uma morte afrontosa, aos homens de má lavrada.
Arrendará a vinha, a outros lavradores,
Que lhe deem os frutos, em justos valores.'
Jesus então disse, com voz firme e clara,
Revelando a Escritura, que a todos aclara:
'A pedra que os edificadores rejeitaram,
Essa foi posta, por cabeça de ângulo e amaram;
Pelo Senhor foi feito, maravilhoso é aos olhos nossos,
E quem cair sobre esta pedra, despedaça aos destroços.
E aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó,
Pois a justiça de Deus, ninguém escapa, nem um só.
O reino de Deus será tirado de vós,
E dado a uma nação, que dê frutos sem algoz.'
Os príncipes dos sacerdotes, e fariseus astutos,
Ouvindo essas palavras, entenderam os insultos.
Sabiam que Jesus, falava sobre eles,
E em seus corações, cresceu o desejo infiel.
Pretenderam prender-lhe, com intenção maligna,
Mas temiam o povo, que via Jesus como luz divina.
Sabiam que o Mestre, era tido por profeta,
E não ousaram agir, com a multidão por perto.
A parábola da vinha, nos traz grande lição,
Sobre a justiça divina, e a nossa obrigação.
De dar frutos ao Senhor, em tudo o que fazemos,
E respeitar a herança, que com amor recebemos.
A pedra rejeitada, é Cristo, nosso Salvador,
Que se tornou a base, do Reino e do amor.
Quem nele crer e seguir, jamais será perdido,
Mas quem o rejeitar, terá destino sofrido.
Assim termina o cordel, com mil palavras contadas,
Sobre a parábola de Jesus, e suas lições sagradas.
Que possamos dar frutos, com fé e devoção,
E honrar a herança, com sincero coração.