Na terra de Jesus, o Mestre a ensinar,
Muitas parábolas contava, pra todos iluminar.
Um dia, ele falou, com sabedoria e brilho,
Sobre o Reino dos Céus, com um exemplo bem tranquilo.
"O Reino dos Céus," disse Ele então,
"É como um homem que semeia, com muita devoção,
A boa semente no campo, com cuidado e amor,
Mas enquanto dormiam, veio o inimigo sem pudor.
Este inimigo traiçoeiro, na calada da noite,
Semeou o joio no trigo, sem mostrar seu açoite.
E quando a erva cresceu, e o fruto começou a dar,
O joio apareceu, a todos a perturbar.
Os servos do bom homem, com espanto e temor,
Correram ao seu encontro, buscando seu clamor:
'Senhor, no teu campo não semeaste boa semente?
Por que há joio agora, em meio ao trigo, presente?'
O homem respondeu, com sabedoria pura,
'Um inimigo fez isso, essa é a amargura.'
'Queres que arranquemos o joio, então?'
Perguntaram os servos, buscando solução.
'Não,' disse o homem, com paciência a ensinar,
'Para que, arrancando o joio, o trigo não vá prejudicar.
Deixai ambos crescerem até a hora da ceifa,
Quando direi aos ceifeiros a ordem que se aceita.
Na hora da colheita, o joio será separado,
Atado em molhos, para ser queimado.
O trigo, porém, será recolhido no celeiro,
Guardado com carinho, como um grande tesouro."
Jesus terminou a história, e a multidão se foi,
Mas os discípulos, atentos, vieram depois.
"Explica-nos a parábola," pediram com fervor,
Querendo entender melhor, as palavras do Senhor.
Jesus respondeu, com clareza e direção,
"O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, então.
O campo é o mundo, a boa semente, os filhos do Reino,
O joio são os filhos do maligno, em seu desdém.
O inimigo que semeou é o diabo, astuto,
A ceifa é o fim do mundo, num tempo absoluto.
Os ceifeiros são os anjos, que vêm a separar,
O que é justo e santo, do que veio a escandalizar.
Assim como o joio é colhido e no fogo é queimado,
Assim será na consumação deste mundo, esperado.
O Filho do Homem mandará seus anjos fiéis,
E colherão tudo o que é causa de males e infiéis.
Os que cometem iniquidade, os que causam escândalo,
Serão lançados na fornalha, onde há pranto e ranger de dente.
Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino do Pai,
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça essa verdade que vai."
A parábola do joio é uma lição profunda,
Mostra o bem e o mal coexistindo no mundo.
Mas no final dos tempos, a separação virá,
E cada um terá o destino que sua vida dará.
O Mestre ensina com clareza, a verdade revelar,
Que cada ação tem peso, e o amor deve guiar.
Os filhos do Reino vivem em comunhão,
E os do maligno enfrentarão a condenação.
No campo da vida, somos trigo ou joio,
Crescemos lado a lado, até o grande colhidoio.
Mas na ceifa final, a justiça prevalecerá,
E os justos, no Reino do Pai, brilharão sem parar.
Assim termina o cordel, com mil palavras e saber,
Sobre a parábola do joio, que nos faz compreender,
Que no fim, o bem triunfará sobre o mal,
E os justos, no Reino dos Céus, terão vida eternal.