Gonçalo Ferreira da Silva
Senhores que estão presentes
por favor muita atenção
o "Tomara que não Chova"
promoveu esta edição
para trazer aos senhores
um pouco de diversão.
A longa história do circo
e de suas atrações,
as mais espetaculares
para atrair multidões
é arte que nos legaram
velhas civilizações.
Os acrobatas, palhaços,
e animais ensinados
na velha Grécia já eram
em grandes grupos mostrados
e os ilusionistas
eram muito festejados.
Coube, porém aos romanos
reunir num só local
todas as artes circenses
promovendo um festival
tão luminoso, tão belo,
simplesmente genial.
Pois o fundador de Roma
foi também o fundador
do circo, segundo obra
de grande historiador
sem o atual requinte
mas de histórico valor.
O circo hoje não lembra
o dos nossos ancestrais
e a sua evolução
para os padrões atuais
foi resultante das novas
exigências sociais.
No final do século XV
já havia evoluído
na Inglaterra, porém
não tinha ainda atingido
o grande nível, tal como
o termo é hoje entendido.
Em mil setecentos e
noventa e dois, no estado
de Filadélfia, o povo
ficou impressionado
com o moderníssimo circo
por John Bill Rickelts montado.
No Brasil a arte circense
apresenta em nossos dias
entre as poucas e não bem
equipadas companhias
espetáculos de teatro
e números de acrobacias.
Queridas e apreciadas
iguais as transformações
são peças que normalmente
mais prendem as multidões;
foram, são e serão sempre
as maiores atrações.
Humoristas e palhaços
são para nos divertir,
desafiar gravidade,
fingir que cai, não cair
são os verdadeiros mestres
na arte de fazer rir.
Porém deixando a história
para um lado, só nos resta
dizer que o circo chegou,
para nós a hora é esta a
praça está enfeitada,
a cidade está em festa.
Atenção, minhas senhoras,
meus senhores, garotada
o "Tomara que não Chova"
promete noite animada
com o rádio anunciando
do nosso circo a chegada.
Artistas em cujas mãos
está o imprevisível,
fazem justamente o que
para nós é impossível,
dominam o corpo com arte
verdadeiramente incrível.
É uma arte estupenda
que não se pode imitar,
só os privilegiados
que a podem praticar
nossos olhos estão vendo
mas não querem acreditar.
Se a ciência alguma dia
conduzir o homem a marte
lá estaremos com o circo
provando que em toda parte
o circo é a nossa vida,
nossa oficina de arte.
O "Tomara que não Chova"
tem grandes equilibristas
mestres da arte circense,
incríveis malabaristas
portanto venham à praça
aplaudir nossos artistas.
O prefeito da cidade
um cidadão cem por cento
para nossa exibição
já deu seu consentimento
e virá pessoalmente
participar do evento.
E tomara que não chova
pois o circo é descoberto
não fecha, pois não tem porta,
não abre, só vive aberto
só basta a sua presença
e não ter chuva por perto.
A vida sobre uma corda
precariamente amarrada,
é a lei de gravidade
a nossa eterna aliada,
sem ela nos falta tudo,
com ela não falta nada.
Se vocês pagarem ingresso
vão nos assistir agora
e se vocês não pagarem
têm espetáculo no hora,
se a casa não tem portas
como ficarão de fora?
Ao terminar estes versos
eu quero lhes avisar
para qualquer cidadão
que quiser se habilitar
custa apenas um Real
só para nos ajudar.
Fim 08/99