Criança Morta · Moacir Laurentino · Sebastião Silva

Ivaldo Fernandes

Moacir Laurentino · Sebastião Silva

Os poemas que escrevi por meio da inspiração Este é o mais comovente porque tem a narração De um dos casos mais tristes que já se viu no sertão. 

Trata-se de uma menina de uma beleza extrema, De quatro anos de idade com quem se deu o problema E tornou-se a central figura das emoções do poema. 

Edinette era seu nome que lembramos com pesares, Filha de Rita, Alzira e Expedito Soares Casal pobre mas bem quisto com todos familiares. 

No município riacho dos cavalos terra nena, No sertão paraibano aonde um dos pais da pequena Moram e ainda hoje lamentam a triste cena.

Vinte e sete de novembro do ano setenta e seis, Pelas três horas da tarde ou pouco antes talvez Os pais de Edinette a viram viva pela última vez. 

Pois se a criança brincando no pátio da moradia, E entra dentro com árvores ou com animais que via, E aos poucos entrou no mato sem saber pra onde ia. 

Quando a mamãe sentiu falta da sua filha querida, Chamou a diversas vezes já bastante como a vida Aí notou que a criança já se achava perdida. 

Alarmou pra vizinhança e começou a chegar gente, Pra procurar a criança todos apressadamente A noite seu e ninguém encontrou a inocente. 

E assim passaram três dias procurando sem parar, De oitenta a cem pessoas podia se calcular Todos a sua procura mas ninguém pôde encontrar. 

Na manhã do dia trinta já todos sem esperança, No lugar a Serra dos Bois num talhado que se avança Neste local esquisito acharam morta a criança. 

Morreu de fome e de sede em situação singela, Mais ou menos seis quilômetros do local pra casa dela As folhas foram ao seu leito e a lua se viu de vela. 

Quando espalhou-se a notícia que a menina faleceu, Foi muita gente ao local onde a morte a venceu Vão fazer uma igrejinha no canto que ela morreu. 

Todos seus irmãos lamentam os pais lamentam também, Chorou toda a vizinhança porque ele queria bem E Deus aumentou a conta dos muitos anjos que tem.

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