(Sammis Reachers)
Seu Antônio abre a festa
Com ato casamenteiro,
Daí, segue-se um estrondo,
Tiro de bacamarteiro.
Cada dia uma atração
Canta Onildo e Azulão,
É assim o mês inteiro.
Vai chegando seu João
Da festa o protagonista,
Dizem ser primo de Jesus
O famoso João Batista.
Caruaru é só festejo
A cada mês o que vejo
É surgir um novo artista.
Seu Pedro sempre é por último
Aparece no finá,
Vem para estragar a festa
Só chega pra encerrá.
E o turista saudoso
Retira-se bem fogoso,
Mas já pensando em vortá.
Nesse tempinho o cristão
É sempre santificado,
Rejeita nosso folclore
E se mostra alienado.
Povo festeja feliz,
Mas ele calado diz:
- É festejo idolatrado!
Quem é da igreja católica
Adere à profanação.
Quem é da igreja evangélica
É pura alienação.
E nesse mal entendido
O povo fica aturdido
Sem saber da vocação!
Ó meu Senhor Deus Jeová,
Oh que grande confusão!
Com isso quem é que sobra?
Lógico, o bom pagão.
No meio vai se infiltrando
A intenção vai moderando,
Nem diz sim e nem diz não.
Nos crentes de hoje em dia
Há uma só discussão.
Entre fé e teologia
Ninguém sai com razão.
No meio dessa folia
O que será que diria
O apóstolo São João?
- Deixe ao lado o regimento
De qualquer religião,
E acenda a boa chama
Que deve ter o cristão.
E diferença mostrando
Cada um vai aflorando
Do que tá cheio o coração.
De elementos culturais
Fazem sacralização.
E fica esquecido o lado
Pitoresco da lição.
E colocamos em pauta
Para cobrir essa falta:
Evangelismo em ação.
Ocorre que vinculam
Às expressões estrangeiras,
A cultura, também forma,
E expressões bem brasileiras.
Dos gringos o que só quero
É só mesmo o evangelho,
Mas recuso suas maneiras!
Viver contextualizado,
Sem secularização.
Ter vida santificada
Sim, mas sem alienação.
Viver com sabedoria
E não com alegoria
Que nosso Deus gosta não.
Essa seria a atitude
Seguida pelo cristão.
Daí é só acender a
Fogueira do coração.
Se livre de todo mal
Brinque no seu arraial,
De qualquer religião