Terça-Feira verso de cordel

Ivaldo Fernandes

Numa terça-feira de sol a brilhar,
No sertão nordestino a se espraiar,
O povo se ergueu com força e fé,
Pois na roça a labuta já começou de pé.

O galo cantou anunciando o dia,
E na casa de taipa a alegria se via,
Pois era dia de lida, de suor e de chão,
Era dia de plantio, de esperança no coração.

O vaqueiro montou seu cavalo baio,
Com chapéu de couro e olhar de desafio,
Partiu para o campo, rumo ao gado a pastar,
Com a viola na garupa, a música a ecoar.

Nas ruas da vila, a feira se armou,
Com cheiro de tempero, de frutas, se espalhou,
As barracas coloridas, um mundo de alvoroço,
Onde cada negócio era um verdadeiro alvoroço.

As moças bonitas, de saia rodada,
Pelas ruas dançavam, alegres e animadas,
E os rapazes valentes, de chapéu de couro,
Cortejavam com jeito, num doce apuro.

No campo de futebol, a rivalidade fervia,
Era dia de jogo, de garra, de magia,
Os times se enfrentavam, com sede de vitória,
E a multidão aplaudia, num coro de glória.

Na escola da vila, as crianças reunidas,
Com livros e cadernos, em suas mãos coloridas,
A professora sábia, com voz de ensinamento,
Abria as mentes, num gesto nobre e alento.

E assim seguia a terça-feira no sertão,
Com trabalho, com festa, com devoção,
Cada qual no seu posto, cumprindo o seu papel,
Num ciclo de vida que se repete, fiel.

Que essa terça-feira seja sempre lembrada,
Pelos momentos de luta, pela estrada trilhada,
Que o sol do sertão ilumine o caminho,
E que cada terça-feira seja um novo carinho.

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