Nos versos de um cordel,
Vou contar uma questão,
Que envolve fé e história,
E nos causa reflexão.
É sobre o purgatório,
Que mexe com o coração.
O Papa João Paulo Segundo,
Disse com convicção,
Que o purgatório não existe,
Foi sua firme opinião.
Se era certo ou errado,
Isso é outra discussão.
Veio Bento Dezesseis,
Homem de grande saber,
Escreveu um livro forte,
E quis a todos dizer:
“O purgatório existe,
É preciso compreender.”
Mas o Papa Francisco,
Que prega a humildade e a paz,
Sobre o purgatório em si,
Nada disse, foi tenaz.
A questão fica em aberto,
Será que a dúvida desfaz?
A Bíblia Sagrada,
Livro de nossa fé,
Sobre o purgatório em si,
Nada menciona, não é?
Mas a tradição da Igreja,
Fala, e muito, até.
Diz-se que é um lugar,
Para a alma se purgar,
Um passo entre a Terra
E o céu para alcançar.
Mas se não há menção na Bíblia,
Será que é pra acreditar?
Os teólogos discutem,
E a dúvida vai além,
Será mito, será verdade?
Ou invenção de alguém?
E o fiel no meio disso,
Pergunta: “E agora, quem tem razão?”
São Tomás de Aquino,
Grande santo, grande mente,
Afirmou que o purgatório,
É real e pertinente.
Para a alma se purgar,
E chegar ao céu reluzente.
Mas há quem discorde,
E traga outra visão,
Que a graça de Deus é plena,
E cobre toda transgressão.
E o purgatório seria,
Apenas uma invenção.
Na Idade Média então,
A questão ganhou calor,
Com a venda de indulgências,
Prometendo paz e amor.
Mas trouxe muita discórdia,
E até causou terror.
Lutero se levantou,
Contra essa prática vã,
E a Reforma Protestante,
Teve início pela manhã.
Questionando o purgatório,
E a venda de bênçãos, irmã.
Hoje a Igreja diz,
Com certo cuidado e precisão,
Que o purgatório é um estado,
De purificação.
Não é um lugar físico,
Mas uma transição.
E o Papa João Paulo,
Com seu zelo pastoral,
Quis talvez aliviar,
Um temor ancestral.
Dizendo que o purgatório,
Não é um fato real.
Já Bento, conservador,
Quis manter a tradição,
Escreveu com muita clareza,
Sobre a tal purificação.
Para não perder o vínculo,
Com a antiga afirmação.
Francisco, o Papa atual,
Com seu jeito singular,
Prefere o silêncio talvez,
Para a fé não abalar.
Deixa em aberto a questão,
Pra cada um meditar.
A Bíblia, o livro santo,
Fala de céu e de inferno,
Mas sobre o purgatório,
Seu silêncio é eterno.
Os fiéis ficam na dúvida,
Num dilema quase fraterno.
Pois a salvação é graça,
Diz o Novo Testamento,
E para muitos cristãos,
Isso basta como argumento.
Que o purgatório é desnecessário,
Na fé e no entendimento.
Mas a tradição da Igreja,
Tem seu peso e valor,
E muitos seguem firmes,
Esse caminho de amor.
Crendo que a purificação,
É um processo do Senhor.
Assim, o purgatório,
Segue sendo um mistério,
Para uns é realidade,
Para outros, um deletério.
E a fé, nesse caminho,
Vai se ajustando, a sério.
Seja qual for a crença,
O importante é viver bem,
Amar a Deus e ao próximo,
Fazer o bem sem olhar a quem.
E ao final dessa jornada,
Receber a graça, amém.
Entre teólogos e santos,
A discussão vai longe ainda,
O purgatório é tema,
Que sempre nos brinda.
Com reflexões profundas,
Que nossa mente não finda.
E você, meu caro leitor,
O que pensa afinal?
O purgatório é real,
Ou um conceito banal?
Reflita com sabedoria,
E siga seu ideal.
No fim, o que importa,
É a fé e a compaixão,
A busca pela justiça,
E a sincera oração.
Pois Deus, em sua misericórdia,
Nos dará a salvação.
Deixo aqui este cordel,
Sobre tema tão complexo,
Que mistura fé e dúvida,
E nos deixa perplexo.
Que cada um busque em si,
O caminho mais convexo.
E assim fecho os meus versos,
Sobre o purgatório e a fé,
Que a luz de Deus nos guie,
E nos mantenha de pé.
Na busca por respostas,
Que a alma nunca revé.