Nos confins do sertão, onde o sol a pino arde,
O Lobisomem surge, lenda que nos alarde,
Nascido de antigas histórias, em noites de lua cheia,
Ele vagueia pelas matas, sua presença incendeia.
Originário da Europa, mas aqui também encontrou lar,
Adaptou-se às terras brasileiras, seu mito a ecoar,
Com força descomunal, e garras a brilhar,
O Lobisomem aterroriza, na noite a caminhar.
Conta-se que um homem, por uma maldição,
Se transforma em fera, sem compaixão,
Seus olhos amarelados, sua pele a se eriçar,
O Lobisomem ronda, sem cessar.
Nas veredas escuras, ele se embrenha a uivar,
Seus passos pesados, a floresta a estremecer,
Quem cruzar seu caminho, deve se precaver,
Pois o Lobisomem não tarda a aparecer.
Lenda que atravessa tempos, de geração em geração,
O Lobisomem vive, na nossa imaginação,
Sua origem incerta, um mistério a desvendar,
Quem será o homem por trás do olhar?
Dizem que apenas uma bala de prata,
Pode o Lobisomem de sua maldição libertar,
Ou então uma bala coberta, com a cera sagrada,
Da vela de um altar, em noite abençoada.
Mas até lá, ele perambula, em busca de sua presa,
Nas noites de escuridão, sua fome não cessa,
Então, viajante, tome cuidado ao caminhar,
Pois o Lobisomem está sempre a espreitar.
Nas lendas do cordel, sua história ecoa,
Do Lobisomem, a lenda, que jamais se esgota,
Por entre as sombras, ele continua a vagar,
O guardião das noites, a nos assombrar.