Nos rincões do Brasil, onde o vento a soprar,
Ecoa a lenda da Mula Sem Cabeça a galopar,
Uma mulher amaldiçoada, corpo de mula a ostentar,
Com chamas no lugar da cabeça, a assombrar.
Tragédia ancestral, em versos vou contar,
Como a maldição surgiu, para nos assombrar,
Na fusão de amores proibidos, o castigo a chegar,
O fogo eterno a arder, a alma a queimar.
Conta-se que um padre, seduzido pelo pecar,
Entregou-se aos desejos, sem se preocupar,
Com a consequência terrível, que estava por chegar,
A maldição da Mula Sem Cabeça, a nos assustar.
Mas também há quem diga, em outras terras a vagar,
Que a mulher enamorada, antes de se casar,
Foi enfeitiçada pelo destino, sem poder escapar,
E tornou-se a Mula Sem Cabeça, para sempre a penar.
Assim, a lenda se espalha, de boca em boca a ecoar,
A moral dos tempos antigos, a nos ensinar,
Controlar os corações, as paixões a domar,
Sob o jugo da religião, a mulher a amarrar.
Mas na noite escura, a Mula Sem Cabeça a galopar,
Seu relincho sinistro, os campos a assustar,
Quem cruzar seu caminho, deve se cuidar,
Pois a maldição é eterna, sem nunca cessar.
Não há bênção que a livre, nem prece que a afugente,
A Mula Sem Cabeça, eternamente presente,
Em cada sombra da noite, em cada canto a espreitar,
A lenda viva do folclore, a nos fazer temer.
Então, viajante, preste atenção ao caminhar,
Pois a Mula Sem Cabeça pode lhe encontrar,
E seu destino selado, sem chance de escapar,
Na noite eterna da lenda, a nos assombrar.