Marmelo, o Jacaré Banguelo - cordel

Ivaldo Fernandes
revista de cordel Marmelo o Jacaré Banguelo


Mariane Bigio

Um rapaz muito sabido
De codinome Zezinho
Apaixonado arriou-se
Pela filha do vizinho
Pediu socorro ao amigo
Um belo jacarezinho

“Marmelo, meu caro amigo”
Disse ele ao jacaré
“Me ajude por favor
Conquistar essa muié
E se acaso eu conseguir
Eu te pago um picolé!”

O jacaré em questão
Era doidinho por doce
Não gostava nem de carne
E adorava algodão-doce
E se visse um picolé
Virge maria, cabosse!

Também era inofensivo
Pois não tinha um só dente
de tanto chupar confeito
sua boca ficou doente
Assim ele não mordia
nem animal e nem gente!

“Nosso plano é o seguinte:
Você irá atacar
A moça durante a noite
E eu venho pra salvar
Feito um herói valente
E seu amor conquistar

Você se finge de morto
Ou então pode fugir
Mas não esqueça uma coisa
A boca não pode abrir
Pois se você fizer isso
tudo ela vai descobrir!”

E assim eles fizeram
Lá se foi o jacaré
Entrou correndo na casa
A moça estava de pé
Deu grito e defendeu-se
E nem precisou do Zé!

Com um cabo de vassoura
Ela bateu no bichinho
Que num berro abriu a boca
“é banguelo, o coitadinho!”
E o jacaré gritou:
“foi ideia do Zezinho!”

O rapaz explicou tudo
Mas moça não gostou
E foi pelo jacaré
que ela se apaixonou
o Zezinho fez de tudo
só que nada adiantou

ela cuidou do bichinho
que levou uma paulada
levou ele no dentista
fez uma “chapa” arrumada
e o Zezinho até hoje
procurando namorada

E assim essa história
Teve um final singelo
O rapaz se achando esperto
perdeu tudo pro Marmelo
E a mocinha se casou
Com o Jacaré Banguelo!

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