História de Zezinho e Mariquinha

Ivaldo Fernandes
revista de cordel História de Zezinho e Mariquinha


Senhores, peço licença 
Na alta sociedade
E também peço desculpa 
Da minha pouca habilidade 
Para contar esta história 
Que se deu numa cidade.

Todo regente de casa 
Reve procurar saber 
Reger a sua família 
Para nada acontecer; 
Eu agora vou contar 
O que foi um bem querer.

Havia numa cidade
Um homem de grã riqueza; 
Bem perto dele morava 
Um pobre por natureza; 
Tento tinha um de rico, 
Como o outro de pobreza.

Era rico milionário, 
Era dono de milhões, 
Mandava em toda a cidade, 
Todas as repartições;
Afinal satisfazia
Muito bem suas paixões.

O pobre homem coitado, 
Por não possuir fazendo, 
Vivia de sapateiro, 
Trabalhando numa tenda, 
E tudo quanto fazia 
Só dava para a merenda.

O rico, pobre de filhos, 
Só tinha uma filhinha; 
E como era filha única, 
No palácio era rainha; 
Chamava-se ela Maria
Tratavam de Mariquinha.

O pobre homem coitado, 
No seu viver pobrezinho, 
Além de ter muitos filhos, 
Tinha um bem pequenino 
Que se chamava José, 
E tratavam de Zezinho.

Mas, por dever sagrado, 
Mandou ensinar Zezinho 
A ler, escrever e contar, 
Com idade de 6 anos, 
Já bem sabia escrever, 
E da escrita estava ao par.

O ricoço milionário
Mandou ensinar Mariquinhas 
E the deu uma criada
Para não andar sozinha. 
Pelas ruas da cidade,
Quando ia e quando vinha.

Um dia em que Mariquinhas 
Passeava na cidade,
Por lá encontrou 
Zezinho Que era da sua idade,
Foram juntos conversando, 
Consagrada amizade.

Perguntou sele quem era. 
Respondeu-lhe: sou seu 
vizinho, Como de fato ele era.
Morador de bem pertinho.
Até ai Mariquinhas
Não conhecia Zezinho.

Sempre foram andando juntos 
Todos três em companhia, 
Quando Zezinho não fosse, 
Mariquinhas lá não ia, 
Quando um passava tormento, 
O outro também sentia.

Pai e mãe de Mariquinhas 
Como não dizia nada, 
O destino de sua filha 
Não podiam compreender 
Podiam nunca saber. 
E o que queria fazer.

O amor vem pequenino, 
Desde o tempo de menino; 
E ainda quando Deus quer, 
Tendo amor ao seu vizinho 
De pequeno vai crescendo, 
De grande não perde o tino.

Mariquinhas, além de rica, 
Era linda, bonitissima; 
Tinha uma cor morena, 
E uma feição felicissima 
Assim em toda a cidade 
Era ela a formosissima.

Zezinho, como pequeno, 
Não conhecendo o perigo, 
Perguntou à Mariquinhas:
Você quer casar comigo? 
Mariquinhas respondeu: 
Sim; quero casar contigo.

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