No sertão nordestino, onde a fé é cultura,
Eu vou contar uma história, de pura sabedoria,
Jesus Cristo ensinava, com palavras de ternura,
Sobre como se deve orar, em sincera harmonia.
"Quando orares," disse Ele, "não sejas como os falsos,
Que gostam de ser vistos, em praça e sinagoga,
Querem ser admirados, por seus altos percalços,
Mas já receberam tudo, o que sua vaidade afoga."
"Mas tu, quando orares, entra no teu aposento,
Feche bem a tua porta, e em silêncio profundo,
Ora a teu Pai em segredo, com puro sentimento,
Que teu Pai te recompensará, no meio do mundo."
É no canto do quarto, onde a alma se despe,
Que a oração verdadeira, ganha força e ganha cor,
Não precisa ser vista, para que a fé floresce,
Pois Deus vê o que é oculto, e retribui com amor.
"Orando, não useis de vãs repetições,
Como os gentios fazem, em suas preces vazias,
Pensam que por muito falar, ganham boas afeições,
Mas vosso Pai já conhece, o que pedem, todo dia."
A prece verdadeira, vem do fundo do peito,
Não necessita de pompa, nem de palavras vãs,
Deus sabe o que precisamos, Ele é puro e perfeito,
Escuta nosso coração, em noites e manhãs.
Jesus então ensinou, a oração mais bonita,
Simples, mas poderosa, de amor e de perdão,
"Pai nosso que estás nos céus," a prece se inicia,
"Santificado seja teu nome," em nossa adoração.
"Venha o teu reino," suplicamos com fervor,
"Seja feita a tua vontade, no céu e na terra,
O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje, Senhor,
E perdoa nossas dívidas, como a nós se encerra."
"Assim como perdoamos, aos nossos devedores,
Livra-nos das tentações, do mal e dos terrores,
Porque teu é o reino, o poder e a glória,
Para sempre e sempre," assim se faz a história.
Essa oração sagrada, ecoa pelo sertão,
Nos corações dos fiéis, que têm fé verdadeira,
É um guia luminoso, em momentos de aflição,
Fortalece o espírito, como luz de uma fogueira.
No silêncio do sertão, onde a vida é mais simples,
A fé se manifesta, em forma de oração,
Não precisa de luxo, nem de preces tão grandes,
Basta um coração puro, e uma sincera devoção.
A fé do sertanejo, é dura como o chão,
Mas brota em sua alma, como flor no espinheiro,
A oração é seu refúgio, em meio à solidão,
Conversa com Deus Pai, seu amigo verdadeiro.
Cada palavra de Cristo, é como ouro e diamante,
Brilha no coração, do homem do interior,
A oração não é para o mundo, mas para o Amante,
Que em segredo escuta, cada prece e cada dor.
No campo ou na cidade, o ensinamento é igual,
Orar com humildade, sem buscar vaidade,
Nosso Pai que vê tudo, recompensa o real,
E nos guia no caminho, da pura verdade.
A recompensa divina, não é ouro nem prata,
Mas a paz que se encontra, na fé e no amor,
É saber que em segredo, Deus sempre nos trata,
Com justiça e bondade, aliviando a dor.
Assim, siga o sertanejo, com fé e devoção,
Orando no silêncio, de seu quarto escondido,
Pois sabe que seu Pai, que vê em discreção,
Recompensará sua fé, com um coração aquecido.
No final desta história, fica a lição preciosa,
Que a oração sincera, vale mais que o ouro,
É a ligação direta, com a força poderosa,
Do Pai que tudo vê, e nos livra do agouro.
Assim, o sertanejo, segue sua jornada,
Com a fé no coração, e a oração em mente,
Sabe que Deus escuta, sua prece entoada,
E lhe dá força e coragem, pra seguir em frente.
Fica a todos o exemplo, da fé e da oração,
Que não precisa de pompa, mas de verdade e amor,
Pois é no secreto do quarto, e na pureza do coração,
Que encontramos a paz, e o Divino Senhor.