CASAMENTO E DIVÓRCIO DA LAGARTIXA

Ivaldo Fernandes
revista de cordel CASAMENTO E DIVÓRCIO DA LAGARTIXA


Leandro Gomes de Barros
 

Não há quem viva no mundo
Que não deseje gozar
Desde o velho à criancinha
Quer a vida desfrutar
E tudo aspira o amor
Porque viver diz  amar!
 

Disse a Lagartixa um dia:
"Eu só ficarei solteira
Se não achar nesta terra
Um diabo que me queira,
Procurarei desde as casas
Até o largo da feira."
 

“Mamãe com quarenta anos
Estava ficando "titia”
Mas tomou um cachaça
Da mais forte que havia,
Foi à feira, achou papai,
Voltou rica neste dia.”
 

“É o que eu faço também...
Tomo um dia uma cachaça
Vou para a porta da rua
Ali nem mosquito passa
E só volto com um marido
Ou emprestado ou de graça."
 

"Mamãe dizia uma coisa
Que eu achava muito exato:
- Quando faltar o cachorro
Se pode caçar com gato
E não tem um desses dois
Então bota a mãe no mato."
 

Uma tia disse a ela:
- Minha filha, não se veixe!
Respondeu a Lagartixa:
O que vier na rede é peixe,
Eu vou procurar marido
Se achar muito trago um feixe.
 

A Lagartixa então saiu
Vendendo azeite às canadas,
Encontrou com o Calango,
Uma alma dispersada
Que andava com a moléstia
Procurando namorada. 

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