No sertão do Brasil, em noites de luar,
O Curupira assobia, vem nos alertar,
Guardião das matas, mistério a bailar,
Com seus pés virados, pronto a punir, a ensinar.
Cabelos rubros, brilhando no ar,
Pequeno e forte, a floresta a zelar,
Quem ousa ultrajar, quem quer maltratar,
O Curupira vem, sem hesitar.
Nos versos do cordel, vou lhe contar,
Histórias e lendas desse ser a vagar,
Desde os tempos antigos, a nos ensinar,
O respeito à natureza, a ela venerar.
Nas margens do rio, na sombra do sertão,
O Curupira caminha, com sua missão,
Proteger os bichos, a mãe natureza,
Da ganância humana, da rudeza.
Com seus olhos atentos, ele vigia,
Quem ousa invadir, quem desafia,
As leis da floresta, a sua harmonia,
O Curupira vem, em sua energia.
Pelos trilhos da mata, ele segue a cantar,
Seu assovio ecoando, a nos alertar,
Que a vida é sagrada, em seu olhar,
E quem dela abusa, há de se penitenciar.
No fundo da mata, ele se esconde,
Em forma de bicho, ele responde,
Aos que querem caçar, aos que desrespeitam,
O Curupira vem, e não aceita.
Então, ó viajante, que me escutas a falar,
Respeite a floresta, deixe-a respirar,
O Curupira vigia, em seu caminhar,
E quem dela cuida, há de prosperar.
Assim encerro meu cordel a rimar,
Com o Curupira a nos ensinar,
Que a natureza é mãe, devemos honrar,
E com ela viver, em paz a sonhar.