No sertão da nossa terra,
Surge a história a encantar,
É a lenda do Saci,
Que vou aqui te contar.
Menino de uma perna só,
Com a carapuça a brilhar.
Veio lá do Sul distante,
No fim do século dezoito,
Espalhou-se pelo Brasil,
Virou lenda, virou mito.
Trapalhão e brincalhão,
É o Saci, nosso benquisto.
Dizem que a carapuça
É o que lhe dá poder,
Faz sumir, faz aparecer,
Dá-lhe força pra correr.
Com um riso maroto,
Sempre pronto a esconder.
O redemoinho é seu lar,
Nele some, nele aparece,
Assusta o povo do mato,
Com sua astúcia enobrece.
Aos caçadores traz o medo,
E aos animais, enaltece.
Ah, o Saci é travesso,
Vive a fazer trapalhada,
Esconde coisas, faz barulho,
Prega peça na jornada.
Mas, no fundo, tem bom coração,
Sua alma não é malvada.
Protege a mata verde,
Dos perigos e dos caçadores,
Guarda cada canto dela,
Com amor e seus rumores.
Seu jeito é de moleque,
Mas é herói entre os horrores.
Com sua risada franca,
E o cachimbo a fumar,
O Saci é a essência
Do Brasil a representar.
Tradição que nos encanta,
Cultura popular a festejar.
Nas noites de lua cheia,
Lá na mata ele aparece,
Num rodopio veloz,
Sua magia resplandece.
E os contos vão passando,
De voz em voz, a gente tece.
Seu gorro, ah, seu gorro,
Tanto mistério ele guarda,
Dá-lhe força, dá-lhe vida,
E contra o mal, ele batalha.
Quem tentar tirar-lhe o gorro,
Verá que não é coisa farta.
Dizem que tem um segredo,
Quem o gorro conseguir,
Pode ter um desejo,
Que o Saci há de cumprir.
Mas é preciso ser valente,
Para o gorro ele impedir.
Com uma perna só ele salta,
Com agilidade e destreza,
Não há quem o pegue fácil,
Ele é mestre na esperteza.
E sua fama se espalha,
Na cultura, é uma beleza.
Lá no fundo da floresta,
Onde poucos têm coragem,
O Saci reina absoluto,
Com sua sabedoria e voragem.
É amigo dos animais,
E guardião da folhagem.
As crianças adoram a lenda,
Com olhos de fascinação,
Ouvem atentos as histórias,
Com total dedicação.
E assim, de geração em geração,
Vai o Saci, em perpetuação.
Ele é a alma do folclore,
Um símbolo da nossa terra,
Com sua figura mítica,
Que em nossa memória encerra.
O Saci-Pererê é eterno,
Nas lendas, sempre emperra.
De norte a sul, em cada canto,
Essa história é repetida,
Do menino de uma perna só,
E sua vida tão querida.
Seu nome ecoa no vento,
E em cada voz, é aplaudida.
Saci, Saci, nosso herói,
Protege-nos com tua magia,
Que tua lenda viva sempre,
Na nossa alma e alegria.
És o guardião das matas,
Nossa eterna fantasia.
Com a carapuça vermelha,
E o sorriso travesso,
Fazes parte do folclore,
És um conto, és um sucesso.
Obrigado, Saci-Pererê,
Por seres nosso adereço.
E assim termina a história,
Do menino do gorro encantado,
Que protege e brinca na mata,
Nosso mito eternizado.
Que o Saci viva sempre,
Em nosso Brasil amado.