A POEIRA DA ESTRADA APAGOU O NOME DELA

Ivaldo Fernandes
Moacir Laurentino (ML) e Sebastião da Silva (SS)

SS
Eu passeei com meu bem
pelo cantinho da sorte,
já cruzei de Sul a Norte,
de Leste a Oeste também
e o destino ingrato vem
nos deixa dores, seqüela,
e hoje da minha bela
tenho lembrança e mais nada.
A poeira da estrada
apagou o nome dela.

SS
Naquela nossa casinha,
que tinha na encruzilhada,
bem na beira da estrada,
a casa era dela e minha,
lá o nome dela tinha,
desenhado na janela,
mas hoje não estou com ela
e a casa já está fechada.
A poeira da estrada
apagou o nome dela.

ML
O antigo casarão
do meu amor verdadeiro,
que eu abracei no terreiro,
lhe dei aperto de mão,
hoje só tem solidão,
a tristeza e a seqüela,
está velhinha a cancela,
pendida e escancarada.
A poeira da estrada
apagou o nome dela.

SS
Naquele belo recanto,
que foi nossa moradia,
onde havia CANTORIA,
muita festa em todo canto,
houve novena de santo,
no altar e na capela,
só tem o santo e a vela,
onde a missa era rezada.
A poeira da estrada
apagou o nome dela.

ML
A mulher que me amou,
que me queimou como brasa,
eu fui visitar a casa
e tudo se divisou,
a saudade ela deixou,
a sua sai amarela,
o resto de uma chinela
e uma blusa remendada.
A poeira da estrada
apagou o nome dela.

#buttons=(Ok, Entendi!) #days=(60)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência.. Saiba Mais
Ok, Go it!